sexta-feira, 6 de maio de 2011

PASSAPORTE

Quando você planeja uma viagem para os EUA logo vem na sua mente os passeios, os lugares bonitos, as compras baratas, as fotos que você irá tirar... tudo muito lindo e maravilhoso... eis que dá um estalo na sua cabeça e você descobre que não tem visto, nem passporte. Então a cabeça começa a processar as seguintes palavras: "burocracia", "taxas", "filas", "incertezas"....

Calma! Calma! Não criemos pânico!

Realmente o maior dos problemas de uma viagem ao exterior (além do pagamento em si da viagem) está na documentação necessária para entrar no país visitado. É capaz que você perca bastante tempo e um pouco de dinheiro, dependendo de onde for. Mas se o desejo de viajar for maior do que tudo, é essencial encarar tudo com bom humor e visar o resultado, e não os meios.

Neste post, irei relatar como foi a retirada do meu passaporte, o primeiro passo da burocracia para quem quer ir viajar para os EUA.


O PASSAPORTE

Capa do novo passaporte
Antes de falar os procedimentos da retirada do passaporte, é bom falar um pouco sobre este documento. Atualmente, a Polícia Federal alterou algumas coisas no documento. A capa verde agora dá lugar a capa de cor azul, com o emblema da república em dourado. De novidade, também na capa, abaixo do emblema, encontra-se uma figura que simboliza um chip eletrônico, que contém todos os dados do portador, para que o serviço de imigração seja agilizado nos aeroportos que tenham equipamentos apropriados. A validade do documento é de cinco anos. Mesmo tendo vistos concedidos por mais tempo, é necessário entrar com um novo pedido de passaporte após este prazo.



Primeiro Passo: Agendamento
Assim como eu, você deve entrar no site da Polícia Federal www.dpf.gov.br >  Passaporte > Requerer Passaporte > Emissão do passaporte (link localizado no Item 2).

Preencha o formulário eletrônico por inteiro, inclusive o local de atendimento que você vai querer tirar o passaporte;

Logo após digitar o código de segurança e clicar em "enviar", uma tela surgirá com os botões:
- Gerar Protocolo (importante imprimir, caso venha a ter algum problema com o sistema);
- Gerar Boleto: esse é importantíssimo, pois trata-se da taxa GRU que precisa ser pago para a confecção do passaporte. Atualmente é cobrado R$ 156,00 e você pode pagar em qualquer banco.

Após isso, você deverá entrar novamente no site da Polícia Federal > Passaporte > Agendar Atendimento. Preencha os dados necessários e clique em "prosseguir". Aparecerá uma tela com os locais de atendimento disponíveis e os horários. Escolha o de sua preferência e imprima a confirmação. No meu caso, quando preenchi o formulário eletrônico, escolhi retirar o meu passaporte no posto localizado no Shopping Light, em São Paulo, que era o mais próximo do meu trabalho, às 11 horas. O maior problema foi a data do agendamento: levando em consideração que eu preenchi o formulário e o agendamento no dia 17 de março, só consegui atendimento para o dia 27 de abril. Portanto, se minha viagem estivesse programada um mês antes, estava lascado (até porque depois teria que tirar o visto americano também).


Segundo Passo: A entrevista

Após uma espera de mais de um mês, tempo entre o agendamento e a entrevistta em si, finalmente chegou o grande dia. Meu horário estava marcado para as 11h da manhã e não marquei bobeira. Cheguei no Shopping Light, subi as escadas rolantes até o 3º andar, até chegar ao posto da Polícia Federal.

Ao contrário do que eu imaginava (para a minha surpresa!) o sistema DA ENTREVISTA é bem organizado. A sala da entrevista é completamente fechada, com portas e vidros leitosos para que ninguém veja o que se passa lá dentro. Na porta, um cordão de fila estava montado, com um funcionário autorizando a entrada e outro organizando a fila do lado de fora. Do lado esquerdo dela tem uma outra sala, para a retirada do passaporte para aqueles que já fizeram a entrevista. Na parte externa do posto, tem alguns bancos para que você aguarde a hora de ser chamado.

Embora chamam esse processo de "entrevista", ainda será neste momento que deverá se preocupar. Na verdade, essa entrevista só consiste na checagem de documentos (tanto que não é perguntado pra onde vai, o que vai fazer... blá, blá, blá como costumeiramente é no consulado americano). Cheguei lá meia-hora antes para não ter confusão. Percebi que tinha uma fila formada na porta da sala e logo fui perguntar pro funcionário, que me respondeu que era a fila das 10h30. Aproveitei então o tempo para dar uma volta pelo shopping, retornando ao posto 10h55.

Quando voltei, o homem já estava  chamando para a fila quem tinha agendado a entrevista para as 11h. Fui o quinto da fila (até porque neste dia não tinha muita gente, o que é raro, já que geralmente é lotado de gente). O organizador da fila checou os documentos que eu trouxe e pediu para aguardar. Dez minutos depois, estava dentro da sala.

Ao entrar, o rapaz da porta pediu para que eu aguardasse sentado num banco (de praça) em que a fila continuava. Essa fila é a mais demorada, porque é ela que encaminha as pessoas pra entrevista. Mas também não é muito. Vinte minutos depois, fui chamado.

Uma senhora, até que simpática (para os padrões de funcionalismo público federal que conhecemos) estava sentada atrás de uma mesa com computador e pediu para que eu sentasse. Pediu os documentos obrigatórios (RG, Título de Eleitor, Comprovante de Quitação Eleitoral da última eleição, Comprovante de Pagamento do GRU - taxa para a aquisição do passaporte, e Passaporte Anterior - se houver). Entreguei-a e ela começou a digitar todos os dados dos documentos no computador.

Após a digitação, ela pediu para que eu colocasse meus dedos numa máquina que escaneia as impressões digitais. Logo em seguida, pediu para que eu me afastasse da mesa, ficando de costas para uma tela branca. Ela posicionou uma câmera digital na minha frente e tirou uma foto. Sim, a foto para o passaporte é tirado lá, na hora, sem precisar levar nenhuma! No fim, ela me entregou um papel, contendo a data prevista para a retirada do passaporte, que seria de exatamente uma semana.


Terceiro Passo: A retirada
Conforme estava escrito no papel que recebi no fim da entrevista, lá estava eu no dia 5 de maio no Shopping Light novamente para, finalmente, a retirada do passaporte.

O atendimento ao público começava às 10h da manhã, por isso, por precaução, Cheguei meia-hora antes (o que foi a minha sorte). Do lado de fora da sala do lado da entrevista já havia quatro pessoas na fila. Fiquei aguardando. Dez minutosa depois de chegar, ao olhar pra trás, já podia ver a fila dar quatro voltas em zigue-zague. Pensei comigo: "Que sorte, vou conseguir pegar rapido o meu passaporte e ir embora".

Às 10h em ponto, os funcionários da Polícia Federal começaram os trabalhos. Abriram o posto para retirada do documento e a primeira pessoa na fila entrou. Fiquei no aguardo. Cinco, dez, quinze minutos, e nada da segunda pessoa ser atendida. Entre um falatório e outro, um funcionário gritou (isso mesmo, GRITOU!) que o sistema dos computadores de Brasília tinha caído e com isso afetou o restante do sistema. Bom, nem preciso dizer como era a cara de puto da vida que fiquei... 
Depois de tantas reclamações e esperar em pé (já que esta parte da fila não tem banco de descanso), às 10h40 o bendito sistema finalmente voltou. Minha mente positiva clamou: "Finalmente vou ser atendido!", mas juro que ouvi uma voz dizendo "calma meu rapaz..."

Essa voz era de Mr. Murphy e a sua lei que nunca falha. A espera estava longa e meus pés já apresentavam cansaço, mas como já não bastasse a queda do sistema, o único guichê em funcionamento da polícia naquele momento simplesmente começou a atender idosos e pessoas com crianças, sejam no colo ou carrinho. E acredite, não eram poucos.

Não que eu ache que eles não tem que ter prioridade no atendimento. Assim como eu já estava cansado, acredito que alguns que tinha chego momentos depois de mim também estavam. Mas o maior desrespeito foi da Polícia Federal que, mesmo sabendo que só tinha um guichê de atendimento, resolveu atender só os prioritários, deixando aqueles que estavam lá desde às 9h30 da manhã, esperando até sabe-lá-Deus-quando.

Depois de esperar longos 15 minutos, entrei na tal sala de retirada. Neste momento, o outro guichê começou a atender também. A mulher olhou pra mim e deve ter notado a minha cara de revolta, pois só perguntou o meu nome e pediu o documento de identificação. Dei-a e ela registrou a retirada. Pediu para que eu conferisse se todos os dados estavam certos, o que pude confirmar. Logo em seguida assinei o livro de protocolo e sai de lá.


Moral da história: Saí finalmente com o documento, cumprindo a mais uma etapa do planejamento da viagem. Assim como qualquer documento que se queira retirar, o processo é extremamente burocrático, embora confesso que em relação da última vez em que eu fui tirar o passaporte (em 2006, ainda o modelo antigo, o verde), está mais eficiente. Esteja preparado para pegar filas, dependendo de onde for tirar. Mas nada de bicho-papão ou coisa do gênero. Acho que isso é fichinha perto do pior está por vir (leia-se ISTO AMERICANO).