Fala pessoal!!!
Voltando aqui para passar para vocês mais um pouco sobre a odisseia que é tirar o tão sonhado visto americano. No post anterior, falei sobre a parte burocrática: taxas, formulário, foto. Hoje escreverei sobre a parte prática: a entrevista em si, os procedimentos dentro do consulado, etc.
Tomei a liberdade de contar a uma amiga (Letícia) sobre o que aconteceu comigo e ela achou válido eu expor aqui a minha própria odisseia do que só falar o que acontece lá dentro. Mas antes de começar a narração, é bom eu colocar aqui os documentos necessário que é preciso levar para a entrevista:
Documentos Obrigatórios:
- Formulário DS-160 impresso, contendo o código de barra bem visualizado;
(Dica: imprima, se puder, em uma impressora a laser, pois se houver qualquer borrado ou falha no código de barras, o sistema do consulado pode não reconhecer e você será obrigado a imprimir um novo em uma das lojinhas que circundam o consulado, tendo que pegar uma longa fila novamente!)
- Recibo original do pagamento realizado no Citibank da taxa do visto (o "bilhete" que você recebe do caixa do banco ao pagar os US$ 140);
- Uma foto recente tirada no mínimo 6 meses, colorida, de tamanho 5x5cm ou 5x7cm e com fundo branco (pode ser a mesma que você usou para fazer o upload no DS-160)
- Passaporte.
Além dos documentos obrigatórios, o oficial consular poderá exigir outros tipos de documentos que comprovem que você irá para os EUA e retornará. Sempre quando alguém me perguna qual o intuito do visto, costumo dizer que o oficial quer ter a certeza de três situações:
1) Se você tem condições de financiar a sua estadia nos EUA durante a passagem;
2) Se você tem vínculos fortes com o país de origem (no nosso caso o Brasil), a fim de retornar posteriormente a viagem;
3) Se você não está indo com o intuito de cometer qualquer tipo de crime por lá.
Estes documentos poderão ser levados para contribuir para convencer o oficial consular
Caso você chegar para a entrevista e o oficial pedir algum documento e você não o tiver em mãos, eles podem fazer com que você providencie tal documento e retorne num outro dia, fazendo com que você perca tempo (mais do que já perdeu ao realizar as etapas pré-entrevista). Portanto, além dos documentos obrigatórios, é bom se prevenir, levando os seguintes documentos:
- Carteira de trabalho, declaração de imposto de renda da pessoa física, contracheques (holerites), certidão de casamento/nascimento, extratos bancários dos últimos 3 meses, documento de carro, escritura de casa, declaração da escola, declaração do empregador.
- Embora o próprio site do consulado peça para não fazer antes do visto, mas caso já tenha fechado passagem aérea, curso de intercâmbio ou pacote turístico, leve todos os documentos que você já recebeu (recibo, carta de aceitação da escola, voucher, etc).
- No caso de empresários ou socios: além dos documentos acima, levar imposto de renda da pessoa jurídica, certidão recente do CNPJ, etc;
- Passaportes vencidos assim como passaportes atuais e vencidos de outras pessoas que irão viajar com você, especialmente se forem membros da família. Passaportes atuais e vencidos para membros da familia ainda que não estejam viajando com você podem ajudar, também.
- Qualquer visto americano anterior contido no seu passaporte atual ou vencido, ou uma cópia do mesmo, especialmente se você estiver renovando o visto por outro do mesmo tipo que ainda esteja válido ou que tenha expirado há menos de 12 meses;
IMPORTANTE: Se uma terceira pessoa irá custear a sua viagem, é importante trazer também documentos que comprovem os vínculos que esta pessoa ou organização têm fora dos EUA. Os mesmos tipos de documentos recomendados acima para solicitantes podem ser trazidos para os patrocinadores da viagem (entendem-se como patrocinadores os pais ou parentes que vão custear a viagem para os filhos, empresa que vai pagar um treinamento a um funcionários, etc).
Bom, separado esse "calhamaço" de documentos, é hora de falar sobre o grande dia. Então começarei pelo dia anterior. Preparem-se que a aventura foi louca!!! Rs!!!
PRÉ-ENTREVISTA
8 de dezembro - Minha casa - 20:00
Cheguei em casa (São Vicente) depois de um dia de trabalho. No dia seguinte tinha que estar na Rua Henry Dunant, em São Paulo, às oito da manhã para a entrevista do visto. Como não conheço São Paulo tão bem a ponto de ir dirigindo, a ideia era pegar uma van que me levasse até jabaquara, e de lá pegar o metrô e trem até o consulado. Segundo minhas contas, chegaria às sete da manhã na porta do consulado, uma hora antes do horário marcado, só para ficar sossegado.
Já passava das oito da noite, quando liguei para uma das empresas que faz São Vicente/São Paulo (via Jabaquara), marcando um lugar na van das quatro e meia da manhã. Do outro lado da linha, o funcionário confirmou o pedido e disse para que eu aguardasse a van na porta de casa a partir das quatro e vinte.
Desliguei o telefone e fui preparar as coisas. Peguei uma maleta e coloquei todos os documentos separados: holerites dos ultimos 3 meses, extratos de todas as contas (incluindo os cartões Travel Money), a carta de aceitação da escola e do albergue que ficarei em Chicago, recibos, imposto de renda meu e dos meus pais, escritura da casa e documento do carro. Chequei-os pela última vez, coloquei-os dentro da maleta e fui descansar. No dia seguinte, deveria estar de pé às três da manhã.
9 de dezembro - Minha casa - 03:00
Conforme planejado, consegui acordar no horário e tomar o meu café, ficando pronto às quatro da manhã. Tinha dormido bem e, portanto, estava bem disposto pra encarar a maratona.
Para não ter qualquer tipo de problema, resolvi aguardar a van na porta da minha casa a partir das quatro da manhã. A cada cinco minutos, olhava ansioso para o relógio, esperando pela van. Quatro e dez, quatro e quinze, quatro e vinte, quatro e vinte e cinco, quatro e meia..... E A VAN NÃO APARECEU!
O desespero começou a pegar! Tentei ligar para a empresa, mas às quatro e meia da manhã, ninguém atendia (o que achei absurdo!). Nisso já eram quatro e quarenta da manhã. Procurei me acalmar e resolvi ligar pra um táxi para me levar à rodoviária (a van que se dane!). Pedi um táxi urgente e em cinco minutos ele chegou. Entrei no táxi. Abaixo, segue o diálogo entre eu e o taxista:
T: Bom dia!
E: Bora pra rodoviária, RÁPIDO!
E: Bora pra rodoviária, RÁPIDO!
No primeiro momento, o taxista se assustou um pouco. Deve ter me achado um louco. Mas não titubeou e pisou fundo e acelerou São Vicente afora. Durante o trajeto fui explicando pra ele o que tava acontecendo e percebi que ele entendeu o meu desespero, já que os pneus do carro cantou a cada curva. Em dez minutos cheguei à rodoviária.
Ao chegar na rodoviária, corri para o guichê e comprei a passagem de ônibus rumo a Jabaquara. Como em São Vicente geralmente tem ônibus que passa em Santos, perguntei para a caixa se o ônibus que eu iria pegar ia direto. Ela disse que sim. Respirei mais aliviado. "Ainda dava tempo", pensei comigo. Aguardei o ônibus e, ao estacionar na rodoviária, entrei.
O ônibus saiu da rodoviária no horário certo: cinco e quinze da manhã. Mas assim que ele foi andando, comecei a ficar mais desesperado. Não que a moça da cia. de ônibus tivesse mentido, ele realmente iria direto para São Paulo. O problema é que o ônibus ele passava primeiro pelo centro de São Vicente, ia pela Antônio Emmerick, entrava no Guassu e chegava na Cidade Náutica, para aí sim pegar a imigrantes. Já não bastasse isso, toda hora ele parava para pegar mais passageiros nos pontos ou então policiais militares. Foi nessa hora que pensei: "Fudeu!".
A cada parada, eu ficava inquieto. O ônibus lotado de policial e eu xingando os que subiam. Estava vendo a hora que seria preso...
O ônibus finalmente chegou na imigrantes às seis da manhã. E, para a minha surpresa, sete da manhã já estava no terminal Jabaquara. Aquele tempo de sossego que eu estava planejando? JÁ ERA! Agora era correr pro consulado até às oito horas.
Em relação ao metrô e trem... olha, não sei se você acredita, e até eu não acredito muito nisso, mas pareceu que tudo conspirou ao meu favor. A cada transferência de linha que eu tinha que fazer, o trem estava lá na plataforma, de portas abertas, me esperando. Até o trem, cujo transporte eu acharia que teria mais problemas, foi tranquilo.
Desci na estação Morumbi às 07h55. com a minha pasta de documentos nas mãos, andei meio que correndo, chegando à fila do consulado bem a tempo.
ENTREVISTA
9 de dezembro - Consulado Americano - 8:00
Antes de começar a narrar o que houve dentro do consulado, é importante frisar: esteja preparado para encarar 8 FILAS!!! E se você não estiver ligado, é bem capaz de você se perder, pois embora o sistema seja organizado, é muita gente lá dentro. Então o lance é ficar de olho e prestar atenção.
Bom, como disse, cheguei na primeira fila, a externa, às oito da manhã. Aguardei chegar a minha vez. Atrás de mim, havia uma mulher argentina que estava com uma pasta de documentos em mãos e celular. Perguntei a ela qual o horário que ela tinha agendado e ela me respondeu que era às sete e meia. Foi então notei, ao olhar para a entrada, que os funcionários não estavam barrando e sequer perguntando o horário de entrevista! Ou seja: Saí de casa que nem um aloprado à toa.
Demorei quinze minutos para chegar na entrada (a fila já estava pequena; a maioria das pessoas já estavam lá dentro), onde tinha uma moça, que gritava constantemente para deixarmos os documentos em mãos e um segurança, para uma revista superficial (apenas checando o que tinha dentro das bolsas e malas). Entreguei os meus documentos para a moça, que depois de olhá-los, me devolveu, e mostrei a maleta ao segurança. Passei tranquilo. Porém, a argentina que estava depois de mim, não passou. Motivo: não podia entrar com o celular.
Dica: Não é permitido, sob nenhuma hipótese, entrar no consulado com equipamento eletrônico. Portanto, deixe em casa celular, smartphone, mp3, calculadora, notebook... senão, terá que deixar nos guarda-volumes nas lojinhas em frente ao consulado, que cobram cinco reais pra guardar.
Pronto. Agora eu estava dentro do consulado. Logo quando você entra, já dá de cara com a segunda fila, que fica no pátio externo. Esta fila é para que os funcionários façam a organização dos documentos e costuma ser bem demorado, chegando a dar cinco voltas em zigue-zague. Ao longo da fila, um dos funcionários lhe entrega um papel verde, que identifica a quantidade de passportes que você possui (se estiver sozinho, receberá um; se estiver com a família, cada um receberá um) e pede para que você separe a confirmação do formulário, o recibo do Citibank, o passaporte e a foto. Nesta fila ainda é normal você ouvir as pessoas rindo, contando sobre o planejamento da viagem, emplogadas.
Depois de quarenta minutos, chegou a minha vez. A funcionária que me atendeu grampeou o recibo e a foto na folha de confirmação do formulário e, com uma máquina leitora portátil, fez a leitura do chip do meu passaporte. Após isso, pediu para que eu me dirigisse à terceira fila.
Esta fila é a mais rápida de todas: a fila da revista. As pessoas entravam uma por uma em uma sala que continha detector de metal (estilo os que têm nos aeroportos) e raio x. Embora fosse a mais rápida, ainda assim tive que aguardar dez minutos antes de ser convocado.
Ao entrar, passei tranquilo pelo detector e minha maleta com todos os documentos passou pela esteira do raio x. Como não possuía NADA além de papéis, passei tranquilamente e saí pelo outro lado da sala, tendo acesso ao pátio interno.
É neste momento que podemos considerar que vc realmente entrou no consulado americano. O local é grande, porém como disse anteriormente, cheio de gente.
Dica: ao entrar no pátio interno, siga as setas que existem no chão; elas te levarão à próxima fila. Se estiver com fome, você encontrará a lanchonete que fica dentro do consulado, enquanto segue as setas.
No final das setas, você estará na entrada do galpão que levará aos guichês de impressão digital e entrevista. No local, ainda que bem disputado, existem alguns bancos para se sentar.
Na esquerda da entrada do galpão, tem um direcionador de filas. Entre nele e você estará na quarta fila: a da senha para a impressão digital. Já vai separando os documentos que foram grampeados+passaporte (em um das pilastras que você vai passar estará avisando). Ao chegar no balcão, os funcionários reterão os documentos e lhe darão uma senha. Guarde este papel!
Antes de aguardar a sua vez de ser chamado para a impressão digital, você encarará a quinta fila: a retirada do envelope AR de correio, que é o meio por onde seu passaporte chegará. Pegue-o e, assim que tiver condições, preencha-o com o endereço para onde o AR deverá ser enviado.
Dica: leve uma caneta com você. Durante o processo, eles pedirão para que você preencha o envelope, mas não possuem caneta. Caso empreste a outro cidadão, fique de olho; é comum elas passarem de mão em mão e num piscar de olhos desaparecerem.
Depois do AR, uma pequena pausa para a fila, mas não para a espera. Este eu considerei o momento mais demorado do processo: a impressão digital. Neste momento não haverá filas, já que você estará com a senha em mãos. Basta ficar de olho no painel que fica acima dos guichês. Aliás, este painel é meio "diferente" dos que estamos acostumados a ver nos bancos: ele mostra as quatro próximas senhas que serão atendidas, onde a cada chamada, as senhas vão subindo na tela. Mas atenção: essas senhas não aparecem sequencialmente no telão. É preciso ficar esperto. Mas pode apostar que assim que receber a senha você pode ir até a cantina e saborear um dos lanches vendidos no estabelecimento, enquanto aguarda a sua vez. Inclusive, também há um telão de frente a cantina.
O meu caso, demorei praticamente uma hora para ser chamado (sim, tudo isso!). Assim que apareceu a minha senha na tela, me dirigi a uma pequena fila em frente aos guichês. Quando chegou a minha vez, avancei até o balcão onde, do outro lado do vidro, havia uma moça latina (arranhando o portunhol fortemente). Ela me deu bom dia e disse algo que não compreendi. Ela falou novamente e continuei sem entender. Demonstrando paciência, ela levantou os dedos da mão direita (com exceção do polegar) e apontou para uma máquina que estava do meu lado. Assim pude entender que era para eu apoiar minha mão no leitor biométrico. Ela pediu pra repetir com a mão esquerda, e logo após, apoiar os dois polegares ao mesmo tempo na máquina. Assim que o fiz, ela agradeceu e me apontou a penúltima e a mais temida fila: a entrevista.
Digamos que esta fila é a mais aguardada, e segundo a lei de Murphy, obrigatoriamente tem que ser a mais longa. Embora esta fila saísse da parte destinada a ela, para a minha surpresa, demorou bem menos do que a fila da impressão digital.
Na verdade, acho que nem notei o tempo passar porque você acaba se distraindo com o nervosismo e agitação dos outros solicitantes. As histórias de amigos de amigos que tiveram visto recusado brotavam de várias partes e, se você não estiver preparado psicologicamente, é capaz de ser afetado. Por isso, tome cuidado!
Durante o meu período na fila, busquei ver os perfis dos entrevistadores. Aliás, é bom frisar que a entrevista é feita em pé, através de um guichê, onde você fica entre o entrevistador e a fila, apenas com um pequeno espaço separando você da galera. Se achar conveniente falar algo que não queira expor a ninguém, há telefones do lado dos guichês para a comunicação (como se fosse nos moldes do presídio americano que vemos nos filmes e seriados). Voltando aos entrevistadores, de todos que estavam lá, só consegui avaliar dois: uma moça, de cabelos curtos, que falava portugês com sotaque castelhano e era extremamente simpática, e um rapaz, parecendo novo em comparação aos outros, fazia as entrevistas de forma seca e suscinta. Claro, torci para ser atendido pela entrevistadora.
Bom, finalmente chegou a minha vez. Para o meu azar, o homem que estava antes de mim na fila se dirigiu à moça, enquanto tive que ir para o guichê do rapaz. Ele me deu bom dia e retribui. E então a entrevista começou. Abaixo descrevo-a:
Legenda: E= Eu; O = Oficial Consular.
O (depois de ler algumas informações no computador): Então senhor Paulo, o que o senhor faz?
E: Trabalho no metrô de Sâo Paulo.
O: Qual o cargo?
E: Atendente de Central de Informações.
O: Há quanto tempo trabalha lá?
E: Há um nao e três meses.
O: Quanto é o seu salário?
E: (respondi, incluindo os centavos. Ele começou a escrever algo no computador).
O: E o que pretende fazer nos Estados Unidos, senhor Paulo?
E: Turismo. (Resolvi ocultar o curso, já que algumas pessoas me indicaram para não falar, pois daria a entender que eu teria que tirar outro tipo de visto senão o de turista).
O: E para onde pretende ir?
E: Chicago.
O: (Ele parou por um momento e me olhou com um ar confuso. Acredito que poucos são os loucos que vão a Chicago a passeio). Err.... e quanto tempo pretende ficar por lá?
E: Quatro semanas.
O: (Desta vez ele nem fez questão de esconder a cara de desconfiado). O senhor só vai para os Estados Unidos a passeio, senhor Paulo?
E: (Nervoso o suficiente pra ficar vermelho) N-não... também tenho um curso de curta-duração que pretendo fazer?
O: (Cara de bravo) Curso de que?
E: Inglês geral.
O: Deixe-me ver a carta da escola, por favor.
E: (Tremendo de tanto nervoso, comecei a revirar a minha pasta contendo o calhamaço de documentos, e não achava a bendita carta. Depois de um minuto, achei.) Está aqui! (Entreguei)
O: (Leu a carta com atenção, escreveu mais alguma coisa no computador). Senhor Paulo, seu visto foi concedido. Pode se dirigir à fila do caixa para pagar os Correios.
E: Obrigado.
Dica (e acredito que esta seja a mais valiosa dica de todas): JAMAIS OCULTE OU MINTA ALGO PARA O OFICIAL CONSULAR! Lembre-se, ele só terá dois minutos para te julgar. Portanto, qualquer coisa que dê a entender que você está tentando enrolá-lo, pode acabar com a sua viagem. Quase perdi a minha por tentar omitir uma coisa que no fim nem iria dar problema. É importante ressaltar que, se concedido, o oficial consular retém o passaporte para que o consulado estampe o visto e mande via Correios para o endereço que você escreveu no envelope do AR.
Por fim, mais aliviado do que nunca, me dirigi à fila dos correios. Com o envelope de AR em mãos, entreguei à funcionária do guichê e ainda paguei a taxa de R$ 22,00.
Dica: Leve dinheiro. Eles não aceitam cartão e eu também não vi nenhum caixa eletrônico lá dentro. Portanto, esteja preparado.
É isso aí!!!! Agora é só fechar o que ainda falta da viagem!!!!
USA HERE WE GO!!!!
Depois de quarenta minutos, chegou a minha vez. A funcionária que me atendeu grampeou o recibo e a foto na folha de confirmação do formulário e, com uma máquina leitora portátil, fez a leitura do chip do meu passaporte. Após isso, pediu para que eu me dirigisse à terceira fila.
Esta fila é a mais rápida de todas: a fila da revista. As pessoas entravam uma por uma em uma sala que continha detector de metal (estilo os que têm nos aeroportos) e raio x. Embora fosse a mais rápida, ainda assim tive que aguardar dez minutos antes de ser convocado.
Ao entrar, passei tranquilo pelo detector e minha maleta com todos os documentos passou pela esteira do raio x. Como não possuía NADA além de papéis, passei tranquilamente e saí pelo outro lado da sala, tendo acesso ao pátio interno.
É neste momento que podemos considerar que vc realmente entrou no consulado americano. O local é grande, porém como disse anteriormente, cheio de gente.
Dica: ao entrar no pátio interno, siga as setas que existem no chão; elas te levarão à próxima fila. Se estiver com fome, você encontrará a lanchonete que fica dentro do consulado, enquanto segue as setas.
No final das setas, você estará na entrada do galpão que levará aos guichês de impressão digital e entrevista. No local, ainda que bem disputado, existem alguns bancos para se sentar.
Na esquerda da entrada do galpão, tem um direcionador de filas. Entre nele e você estará na quarta fila: a da senha para a impressão digital. Já vai separando os documentos que foram grampeados+passaporte (em um das pilastras que você vai passar estará avisando). Ao chegar no balcão, os funcionários reterão os documentos e lhe darão uma senha. Guarde este papel!
Antes de aguardar a sua vez de ser chamado para a impressão digital, você encarará a quinta fila: a retirada do envelope AR de correio, que é o meio por onde seu passaporte chegará. Pegue-o e, assim que tiver condições, preencha-o com o endereço para onde o AR deverá ser enviado.
Dica: leve uma caneta com você. Durante o processo, eles pedirão para que você preencha o envelope, mas não possuem caneta. Caso empreste a outro cidadão, fique de olho; é comum elas passarem de mão em mão e num piscar de olhos desaparecerem.
Depois do AR, uma pequena pausa para a fila, mas não para a espera. Este eu considerei o momento mais demorado do processo: a impressão digital. Neste momento não haverá filas, já que você estará com a senha em mãos. Basta ficar de olho no painel que fica acima dos guichês. Aliás, este painel é meio "diferente" dos que estamos acostumados a ver nos bancos: ele mostra as quatro próximas senhas que serão atendidas, onde a cada chamada, as senhas vão subindo na tela. Mas atenção: essas senhas não aparecem sequencialmente no telão. É preciso ficar esperto. Mas pode apostar que assim que receber a senha você pode ir até a cantina e saborear um dos lanches vendidos no estabelecimento, enquanto aguarda a sua vez. Inclusive, também há um telão de frente a cantina.
O meu caso, demorei praticamente uma hora para ser chamado (sim, tudo isso!). Assim que apareceu a minha senha na tela, me dirigi a uma pequena fila em frente aos guichês. Quando chegou a minha vez, avancei até o balcão onde, do outro lado do vidro, havia uma moça latina (arranhando o portunhol fortemente). Ela me deu bom dia e disse algo que não compreendi. Ela falou novamente e continuei sem entender. Demonstrando paciência, ela levantou os dedos da mão direita (com exceção do polegar) e apontou para uma máquina que estava do meu lado. Assim pude entender que era para eu apoiar minha mão no leitor biométrico. Ela pediu pra repetir com a mão esquerda, e logo após, apoiar os dois polegares ao mesmo tempo na máquina. Assim que o fiz, ela agradeceu e me apontou a penúltima e a mais temida fila: a entrevista.
Digamos que esta fila é a mais aguardada, e segundo a lei de Murphy, obrigatoriamente tem que ser a mais longa. Embora esta fila saísse da parte destinada a ela, para a minha surpresa, demorou bem menos do que a fila da impressão digital.
Na verdade, acho que nem notei o tempo passar porque você acaba se distraindo com o nervosismo e agitação dos outros solicitantes. As histórias de amigos de amigos que tiveram visto recusado brotavam de várias partes e, se você não estiver preparado psicologicamente, é capaz de ser afetado. Por isso, tome cuidado!
Durante o meu período na fila, busquei ver os perfis dos entrevistadores. Aliás, é bom frisar que a entrevista é feita em pé, através de um guichê, onde você fica entre o entrevistador e a fila, apenas com um pequeno espaço separando você da galera. Se achar conveniente falar algo que não queira expor a ninguém, há telefones do lado dos guichês para a comunicação (como se fosse nos moldes do presídio americano que vemos nos filmes e seriados). Voltando aos entrevistadores, de todos que estavam lá, só consegui avaliar dois: uma moça, de cabelos curtos, que falava portugês com sotaque castelhano e era extremamente simpática, e um rapaz, parecendo novo em comparação aos outros, fazia as entrevistas de forma seca e suscinta. Claro, torci para ser atendido pela entrevistadora.
Bom, finalmente chegou a minha vez. Para o meu azar, o homem que estava antes de mim na fila se dirigiu à moça, enquanto tive que ir para o guichê do rapaz. Ele me deu bom dia e retribui. E então a entrevista começou. Abaixo descrevo-a:
Legenda: E= Eu; O = Oficial Consular.
O (depois de ler algumas informações no computador): Então senhor Paulo, o que o senhor faz?
E: Trabalho no metrô de Sâo Paulo.
O: Qual o cargo?
E: Atendente de Central de Informações.
O: Há quanto tempo trabalha lá?
E: Há um nao e três meses.
O: Quanto é o seu salário?
E: (respondi, incluindo os centavos. Ele começou a escrever algo no computador).
O: E o que pretende fazer nos Estados Unidos, senhor Paulo?
E: Turismo. (Resolvi ocultar o curso, já que algumas pessoas me indicaram para não falar, pois daria a entender que eu teria que tirar outro tipo de visto senão o de turista).
O: E para onde pretende ir?
E: Chicago.
O: (Ele parou por um momento e me olhou com um ar confuso. Acredito que poucos são os loucos que vão a Chicago a passeio). Err.... e quanto tempo pretende ficar por lá?
E: Quatro semanas.
O: (Desta vez ele nem fez questão de esconder a cara de desconfiado). O senhor só vai para os Estados Unidos a passeio, senhor Paulo?
E: (Nervoso o suficiente pra ficar vermelho) N-não... também tenho um curso de curta-duração que pretendo fazer?
O: (Cara de bravo) Curso de que?
E: Inglês geral.
O: Deixe-me ver a carta da escola, por favor.
E: (Tremendo de tanto nervoso, comecei a revirar a minha pasta contendo o calhamaço de documentos, e não achava a bendita carta. Depois de um minuto, achei.) Está aqui! (Entreguei)
O: (Leu a carta com atenção, escreveu mais alguma coisa no computador). Senhor Paulo, seu visto foi concedido. Pode se dirigir à fila do caixa para pagar os Correios.
E: Obrigado.
Dica (e acredito que esta seja a mais valiosa dica de todas): JAMAIS OCULTE OU MINTA ALGO PARA O OFICIAL CONSULAR! Lembre-se, ele só terá dois minutos para te julgar. Portanto, qualquer coisa que dê a entender que você está tentando enrolá-lo, pode acabar com a sua viagem. Quase perdi a minha por tentar omitir uma coisa que no fim nem iria dar problema. É importante ressaltar que, se concedido, o oficial consular retém o passaporte para que o consulado estampe o visto e mande via Correios para o endereço que você escreveu no envelope do AR.
Por fim, mais aliviado do que nunca, me dirigi à fila dos correios. Com o envelope de AR em mãos, entreguei à funcionária do guichê e ainda paguei a taxa de R$ 22,00.
Dica: Leve dinheiro. Eles não aceitam cartão e eu também não vi nenhum caixa eletrônico lá dentro. Portanto, esteja preparado.
A previsão da chegada do passaporte é de, no máximo, 10 dias úteis. O meu chegou na segunda-feira, dia 21/11 (lembrando que o consulado não funciona nos feriados brasileiros e americanos, e portanto estas datas não são contados). Quando receber o passaporte, confirme se o selo que virá será igual a este modelo:
É isso aí!!!! Agora é só fechar o que ainda falta da viagem!!!!
USA HERE WE GO!!!!
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